domingo, janeiro 30, 2005

26.01.2005 ISS e IRIDIUM FLARE

Graças ao grande amigo Elísio soube neste dia 26 Janeiro 2005 que a ISS passaria com magnitude 0 nos céus de Silgueiros. Foi memorável a passagem desta grande estação espacial internacional e impressionou sobremaneira poder testemunhar um ponto quase tão brilhante como Sirius a trespassar o céu tão rapidamente. Pelo menos, teria sido uma das passagens mais notórias no céu desta semana. Isto poderia ser quase considerado uma "verdadeira estrela de Belém". Mas o que mais me impressionou foi a passagem de um iridium flare a 30º de azimute e cerca de 45º de altitude, portanto não muito longe da Ursa Major. Ver um iridium flare de uns -7 de magnitude aparente (em comparação, a Lua cheia tem -12 de magnitude aparente. De notar que a escala de magnitudes é logarítmica) é algo que não passa despercebido. Dá um certo sabor especial saber que o fenómeno observado não é mais do que a reflexão solar sobre os painéis altamente aluminizados do satélite Iridium. Salvo erro, teria sido o Iridium 5... a sua passagem terá ocorrido por volta das 19 h 23 min UT. Apenas fica aqui um brevíssimo relato das passagens celestiais do dia. JMA

23.01.2005 Novamente o halo lunar

E uma vez mais, hoje, dia 23 Janeiro 2005, surgiu um novo halo lunar, também de 22º, o que penso ser raro. Ou seja, não me recordo de notar em dois dias seguidos um halo lunar de 22º. Realmente as noites que têm passado foram excepcionais para observação o que é raro. Estamos perante um Inverno excepcionalmente de céus limpos com algumas noites húmidas como as duas últimas. JMA

sábado, janeiro 22, 2005

22.01.2005 Halo lunar 22º e U Orionis

A presença de cirros permitiu neste dia apreciar um belo halo lunar de 22º de cor esbranquiçada. No interior do halo, era possível ver a olho nu as estrelas Betelgeuse, Castor, Pollux, Alhena, Elnath - beta Tauri, zeta Tauri, Hoedus I e Hoedus II, e ainda o planeta Saturno. O halo lunar foi apreciado entre as 22 h 30 min UT e as 23 h 00 min UT. O halo de 22º assinalava a existência de cristais de gelo com forma de prismas hexagonais. Parece que os halos lunares são bem mais frequentes que os arco-íris. A Lua encontrava-se a cerca de 66º do horizonte... daí que o seu ocaso tenha ocorrido a Noroeste.
Dada a transparência atmosférica ser bastante prejudicada pela presença dos cirros, não consegui discernir com binóculo 8x56 a variável U Orionis tendo alguma dificuldade em notar mesmo 57 Orionis com 5,9 de magnitude aparente, daí que U Orionis tenha uma magnitude superior a, pelo menos, 6. JMA

quarta-feira, janeiro 19, 2005

19.01.2005 Conjunção Plêiades - Lua em 1º giba; conjunção cometa C/2004 Q2 Machholz e Melotte 20; T CEP e Z UMA

Um breve relato da observação visual com binóculo 8x56 e com um instrumento cuja evolução demorou milhões de anos, pelo menos, ;) e que é insubstituível - o olho. Local que serviu de palco para a observação foi o quintal das traseiras na companhia das laranjeiras, videiras (nuas), oliveiras entre outras... Observação breve entre, aproximadamente as 22 h 45 min UT e 23 h 15 min UT. Observei à vista desarmada recorrendo à ocultação da Lua por uma folha de laranjeira e logo sobressairam as Pleiades, embora muito palidamente. Com binóculo, era possível destacar 8 estrelas das Plêiades. Momentaneamente, faz lembrar parte do famoso asterismo da Ursa Major. Prolongando o binóculo em direcção a Mirfak poderíamos ver o cometa C/2004 Q2 Maccholz a cerca de 5º. Para complementar o conjunto o enxame estelar Melotte 20 tornava o quadro perfeito para um triângulo de vértices cometa, estrela alfa de Perseus, e psi Persei. Estimei a magnitude do cometa em 4,2 com um coma de 12'. Não vislumbrei a cauda. Aliás a transparência de hoje está razoável (5 em 10). Muita humidade, e alguns fumos principalmente na zona Norte. Depois segui para duas estrelas variáveis. A T Cephei já mal se nota com binóculo, mas seguramente terá magitude superior à estrela "vizinha" HD 201684, esta com magnitude 8,1 (23 h 00 min UT). Portanto, T CEP estará com Mv > 8,1. Segui depois para Z Ursae Majoris e estimei a magnitude em 8,1 usando como comparação as estrelas HD 102956 e HD 103810 (23 h 05 min UT). JMA

terça-feira, janeiro 18, 2005

17.01.2005 A primeira observação lunar detalhada...

Dia 17 de Janeiro 2005, entre as 22 h 53 min UT e as 00 h 20 min UT, em Silgueiros - 40,550º N e 8,415º O - VISEU, observei a Lua e pude destacar no mesmo campo de visão o cometa C/2004 Q2 Maccholz com a estrela demónio - Algol. As condições luminosas repartiam-se por 43 focos de poluição luminosa... Relativamente às condições atmosféricas, o vento era inexistente, a noite bastante húmida, cerca de 12 ºC... A estabilidade atmosférica era boa analisando o bordo da Lua com o binóculo notando-se pouca ondulação com alguns períodos breves de muito boa estabilidade; a transparência atmosférica também se pautou num bom nível. O único instrumento usado foi o binóculo 8x56 Proteus. A Lua encontrava-se neste dia em fase de quarto crescente a cerca de 56,3% de fase iluminada pelos raios solares. Iniciei a observação dos mares. À vista desarmada é possível vermos facilmente o Mare Serenitatis (Mar da Serenidade); Mare Tranquilitatis (Mar da Tranquilidade); Mare Fencunditatis (Mar da Fecundidade); Mare Nectaris (Mar do Néctar) e mesmo o Mare Crisium (Mar das Crises) que se nota com recurso a vista lateral ressaltando logo uma elipse com uma cor a lembrar o carvão. Por causa do astigmatismo (0,75 dioptrias no olho direito e 0,25 dioptrias no olho esquerdo) o contorno da Lua formava uma imagem fantasma. É realmente possível observar bastantes mais detalhes da Lua com binóculo mais do que possa parecer à primeira vista. Com binóculo apreciei a vista do Mare Undarum (Mar das Ondas), a Sul do Mare Crisium, destacando-se, em particular, a porção superior do mar. Outro Mare... Marginis (Mar dos Bordos) junto ao bordo Este da Lua (mais próximo do Mare Crisium) também visível com binóculo, sendo o Mare Smythii mais pálido que está situado a Sul de Marginis. Admite-se a hipótese - sem confirmação - de ter visto Mare Australe (Mar Austral). A primeira cratera que observei com atenção terá sido a Proclus que se apresenta como sendo das mais brilhantes nesta fase. Partia da cratera duas notórias extensões: uma a percorrer mais ou menos paralelamente ao terminador da Lua em direcção ao Sul, e outra formando um ângulo de 135º em relação ao outro prolongamento no sentido horário. Uma pesquisa no livro de Rukl permite saber que se trata de uma cratera com raios brilhantes. Com binóculo logo a Norte do Mare Undarum nota-se perfeitamente a cratera Firmicus tendo uma base muito escura. A cratera mais evidente junto do terminador cuja base se encontrava maioritariamente escondida na sombra foi a Maginis. Para Norte, mais ou menos no centro do disco lunar, junto do terminador era visível a cratera Hipparchus. Curiosas disposições de crateras foram as que eram formadas pelas crateras Langrenus, Petavius e as brilhantes crateras de Stevinus e Furnerius. Seguiam o contorno do limbo da Lua. Entre as citadas, a mais pálida assinalada terá sido a cratera Petavius. Visível com binóculo destacavam-se bem as crateras Aristoteles e Eudoxus com sombras em forma de uma falcada já avançada. Curiosa disposição vista ao binóculo... o trio Hercules, Atlas e Endymion. O mais visível era o primeiro; ao passo que Atlas se apresentava com uma cor esbranquiçada esbatida; Endymion mostrava uma plataforma totalmente escura. Notei no binóculo que o Mare Serenitatis parecia cortada a meio por uma grande falha, na diagonal, de cor esbranquiçada que quase passava despercebida, prolongando mesmo para Norte chegando ao Lacus Somniorum (Lago dos Sonhos). Depois o astrónomo seguiu para o seu sonho da noite... JMA

segunda-feira, janeiro 17, 2005

TESTE

A primeira mensagem celestial.....