terça-feira, janeiro 18, 2005

17.01.2005 A primeira observação lunar detalhada...

Dia 17 de Janeiro 2005, entre as 22 h 53 min UT e as 00 h 20 min UT, em Silgueiros - 40,550º N e 8,415º O - VISEU, observei a Lua e pude destacar no mesmo campo de visão o cometa C/2004 Q2 Maccholz com a estrela demónio - Algol. As condições luminosas repartiam-se por 43 focos de poluição luminosa... Relativamente às condições atmosféricas, o vento era inexistente, a noite bastante húmida, cerca de 12 ºC... A estabilidade atmosférica era boa analisando o bordo da Lua com o binóculo notando-se pouca ondulação com alguns períodos breves de muito boa estabilidade; a transparência atmosférica também se pautou num bom nível. O único instrumento usado foi o binóculo 8x56 Proteus. A Lua encontrava-se neste dia em fase de quarto crescente a cerca de 56,3% de fase iluminada pelos raios solares. Iniciei a observação dos mares. À vista desarmada é possível vermos facilmente o Mare Serenitatis (Mar da Serenidade); Mare Tranquilitatis (Mar da Tranquilidade); Mare Fencunditatis (Mar da Fecundidade); Mare Nectaris (Mar do Néctar) e mesmo o Mare Crisium (Mar das Crises) que se nota com recurso a vista lateral ressaltando logo uma elipse com uma cor a lembrar o carvão. Por causa do astigmatismo (0,75 dioptrias no olho direito e 0,25 dioptrias no olho esquerdo) o contorno da Lua formava uma imagem fantasma. É realmente possível observar bastantes mais detalhes da Lua com binóculo mais do que possa parecer à primeira vista. Com binóculo apreciei a vista do Mare Undarum (Mar das Ondas), a Sul do Mare Crisium, destacando-se, em particular, a porção superior do mar. Outro Mare... Marginis (Mar dos Bordos) junto ao bordo Este da Lua (mais próximo do Mare Crisium) também visível com binóculo, sendo o Mare Smythii mais pálido que está situado a Sul de Marginis. Admite-se a hipótese - sem confirmação - de ter visto Mare Australe (Mar Austral). A primeira cratera que observei com atenção terá sido a Proclus que se apresenta como sendo das mais brilhantes nesta fase. Partia da cratera duas notórias extensões: uma a percorrer mais ou menos paralelamente ao terminador da Lua em direcção ao Sul, e outra formando um ângulo de 135º em relação ao outro prolongamento no sentido horário. Uma pesquisa no livro de Rukl permite saber que se trata de uma cratera com raios brilhantes. Com binóculo logo a Norte do Mare Undarum nota-se perfeitamente a cratera Firmicus tendo uma base muito escura. A cratera mais evidente junto do terminador cuja base se encontrava maioritariamente escondida na sombra foi a Maginis. Para Norte, mais ou menos no centro do disco lunar, junto do terminador era visível a cratera Hipparchus. Curiosas disposições de crateras foram as que eram formadas pelas crateras Langrenus, Petavius e as brilhantes crateras de Stevinus e Furnerius. Seguiam o contorno do limbo da Lua. Entre as citadas, a mais pálida assinalada terá sido a cratera Petavius. Visível com binóculo destacavam-se bem as crateras Aristoteles e Eudoxus com sombras em forma de uma falcada já avançada. Curiosa disposição vista ao binóculo... o trio Hercules, Atlas e Endymion. O mais visível era o primeiro; ao passo que Atlas se apresentava com uma cor esbranquiçada esbatida; Endymion mostrava uma plataforma totalmente escura. Notei no binóculo que o Mare Serenitatis parecia cortada a meio por uma grande falha, na diagonal, de cor esbranquiçada que quase passava despercebida, prolongando mesmo para Norte chegando ao Lacus Somniorum (Lago dos Sonhos). Depois o astrónomo seguiu para o seu sonho da noite... JMA

1 Mensagens celestiais:

pelas 12:41 da manhã, Anonymous Anónimo registou...

Onde encontro um binoculo proteus para a compra?
qto sairia?
obrigada

 

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